É difícil imaginar um mundo sem dinheiro. Ele existe em todos os países e tem uma história tão antiga quanto os primeiros registros escritos da humanidade. Mas, afinal, o que vem a ser o dinheiro? Ele pode ser muitas coisas: para a maioria das pessoas, são moedas, cédulas, cartões de crédito e fundos na conta bancária. Para muita gente de um passado não tão distante, porém, tratava-se de plumas, pedras, contas e conchas, pois esses eram os objetos considerados de valor. O que caracteriza alguma coisa como dinheiro é o fato de que ela constitui um meio de pagamento reconhecido e aceito por determinada comunidade.
Dinheiro primitivo
Não se sabe exatamente quando começou o uso do dinheiro. Os mais antigos registros escritos sobre ele, da Mesopotâmia, datam de 4.500 anos atrás. Inscrições mesopotâmicas cuneiformes falam de pagamentos feitos com prata medida a peso. Dede aquela época, metais medidos a peso foram usados como dinheiro em muitas partes do mundo, levando à invenção das moedas.
As primeiras moedas
As moedas metálicas surgiram por volta de 2000 a.C., mas, como não existia um padrão e nem eram certificadas, era necessário pesá-las antes das transações e verificar a sua autenticidade. Só por volta do século VII a.C. é que se procedeu à cunhagem das moedas. Foi a partir do dracma de Atenas que se difundiu por todo o mundo a moeda metálica.
A moeda como fonte histórica
A numismática faz uso de diversas áreas do conhecimento para estudar as moedas, buscando identificá-las e situá-las no tempo histórico. Porém na atualidade a moeda se tornou, também, um documento histórico, sendo utilizada como “fonte” de dados para pesquisas, pois uma moeda pode facilmente fornecer dados sobre o povo que a cunhou, como sua forma de governo, língua, religião, forma como comercializavam, situação da economia, e até mesmo grau de sofisticação dos povos – através da análise do método de cunhagem – e por isso a numismática tem um papel cada vez maior no estudo da história dos povos.
Sobre a numismática
Numismática é a ciência que tem por objetivo o estudo das moedas. Desde o Império romano a aristocracia cultivou o interesse de colecionar moedas sem, no entanto, estudá-las. O costume romano compartilhado por imperadores, como Augusto, foi mantido por reis europeus durante a Idade média. A coleção de reis como Luís XIV da França e Maximiliano do Sacro Império possibilitariam o surgimento da numismática durante o Renascimento, graças à vontade dos humanistas em recuperar a cultura greco-romana, e a iniciativa de organizar as coleções reais. Assim a numismática surgiu durante o renascimento e se consolidou como ciência nos séculos seguintes.
Assim temos nomes como o abade Joseph Eckhel que trabalhou na coleção imperial de Viena, capital da Áustria. Temos o colecionador francês Joseph Pellerin, que contribuiu para a coleção real francesa, e temos também um dos nomes mais famosos, Francesco Petrarca, poeta que desenvolveu a numismática na Itália.
O objetivo de Petrarca era conhecer a história de cada povo. Petrarca demonstrou também como a numismática pode se tornar uma paixão contagiosa. Em 1390, coube a ele, indiretamente, a cunhagem de moedas comemorativas pela libertação da cidade de Pádua, pelo visconde Francisco II de Carrara.
Seja pela cultura, pela observância de técnicas ou simplesmente pelo desafio de colecionar, a relação entre cultura e numismática sempre é presente. Mesmo aqueles que colecionam moedas ou cédulas como um simples hobbie, sem se dedicar à pesquisa, adquirem uma boa bagagem de cultura geral.
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